domingo, 14 de dezembro de 2014

Genialidade Zeppelin

Ser filho único tem suas vantagens e desvantagens. Sendo experiente no assunto, posso afirmar que as vantagens ultrapassam os pontos negativos, pois crianças que passam a maior parte do tempo sozinhas adquirem uma imaginação fértil. É claro que o incentivo crescente a leitura desde pequena me influenciou, e muito, na criação de mundos paralelos que substituíssem as tardes solitárias. Sempre tive uma forte paixão por assuntos relacionados a magia e Idade Média, e acredito que isso seja fruto das repetidas vezes que assisti/li os famosos contos de fadas.
Esse blábláblá todo não tem nada a ver com o título da postagem, não diretamente, mas acalmem-se. Explicar um pouco da formação da minha personalidade é importante para fazê-los compreender o porquê de eu dedicar bom tempo da minha vida achando que o rock n' roll já chegou bem próximo da perfeição, se não da própria.
Atribuir cultura a música torna a criação épica. E era exatamente isso que o Led Zeppelin fazia. Quem conhece a história da banda sabe como eles davam importância ao ambiente onde estavam compondo (como Bron-Yr-Aur e as influências incríveis que o lugar proporcionou para a composição de obras do III e do IV álbum) e eu agradeço com todas as minhas forças pelas lindas influências medievais/célticas/mágicas que eles tinham. Seja pelo conhecimento de Plant sobre Senhor dos Anéis e histórias medievais, seja pelo profundo interesse de Page pelo ocultismo, unindo todos esses assuntos que coincidentemente sempre me interessaram, eles conseguiram criar algo que, infelizmente, parece não estar tão na moda na maioria das composições que ouvimos nas rádios atualmente. Estou me referindo ao conteúdo. 
Somando o conteúdo maravilhoso das músicas com a habilidade instrumental de todos os integrantes (incluindo a voz inacreditável de Plant) o resultado só poderia ser a banda mais genial de todos os tempos. Se eu fosse citar tudo que me impressiona em relação a qualidade das músicas, eu passaria dias digitando. Então, comentarei apenas algumas coisas que me chamam bastante a atenção. 


Um dos primeiros fatores que me atraíram na banda foi o diálogo que havia entre Plant e a guitarra (tocada por Page, então entre os dois) como em Dazed and Confused e You Shook Me, e se prestar bastante atenção Jones e Bonham também fazem o mesmo na primeira, e todos ao mesmo tempo. Todos ao mesmo tempo! Plant e Page conversando sobre um assunto, Bonzo e Jones sobre outro. Mas na verdade estão todos falando sobre a mesma coisa. Estão falando sobre rock n' roll.
É claro que John Bonham e John Paul Jones, sendo os responsáveis pelo ritmo das músicas, vão acabar mantendo uma relação bastante próxima, mas eu como leiga acabei percebendo isso muito claramente e me impressionei muito. Os quatro se encaixam tão perfeitamente que chega a ser absurdo.

Outro fator que me impressiona e que, pra falar a verdade, eu não dava muita atenção quando era mais nova por falta de maturidade, são os solos de Page. Não sei tocar nenhum instrumento, então meu olhar (ou melhor, ouvidos) sobre esse aspecto não é técnico. Analiso com o coração (hehe) e cada solo que escuto venero mais e mais esse homem. Falando em Jimmy Page, gostaria de expor aqui minha profunda admiração pelo trabalho dele. Ao ler biografias sobre o Led Zeppelin conheci o processo de desenvolvimento dos álbuns e entendi como é complicado fazer com que tudo fique da forma como queremos. Jimmy Page é o maior exemplo de dedicação e esforço, ele produzia as músicas por conta própria e literalmente vivia a banda. O sucesso deles é a prova de que amarmos o que fazemos é essencial. 

Quando li a biografia deles ainda não havia escutado todos os álbums, portanto fui ouvindo-os enquanto atingia o momento histórico em que eles eram criados na linha do tempo apresentada no livro. E, quanto mais avançava essa linha do tempo, percebia a presença de diferentes estilos musicais nas composições. Não é fácil incorporar outros estilos e ainda assim manter sua identidade - o que acontece com a maioria das bandas é que essa mistura não funciona e acabam não agradando os fãs - mas o Led Zeppelin é a prova de que, dependendo da forma como isso é feito, funciona e funciona muito bem. Desde blues até reggae, eles conseguem mesclar culturas e não perder a essência. 
As vezes me pego ouvindo as músicas e encarando o vazio, impressionada com a genialidade de tudo.

Por último, como uma boa estudante de Design, passo horas entretida com o visual da banda na época/contexto em estavam. Já não basta serem incríveis em todos os aspectos, até nas roupas! As vestes com um dragão desenhado de Page me conquistaram, assim como os cachos loiros de Plant, e tudo isso se encaixava de forma tão adequada que, por mais que o tempo passasse, eles sempre continuavam encaixados em todos os termos.

Lamento muito por ter nascido praticamente 30 anos depois da época da banda, gostaria de ter tido a oportunidade de comprar um álbum recém lançado deles e talvez até vê-los ao vivo. Mas nem tudo está perdido, pois esse ano Robert Plant vem para o Brasil e eu não vou perder isso por nada! Por sorte, meus pais são tremendos amantes do rock e eu sempre pego carona nesses shows épicos.

Que os deuses do rock nos abençoem. Até a próxima.


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